sexta-feira, 20 de dezembro de 2019

App criado por moradora de Paraisópolis mapeia empregos na região

A estudante de Marketing Flávia Rodrigues, de 21 anos, idealizou um aplicativo para mudar a realidade dos moradores da comunidade de Paraisópolis, na periferia da zona sul de São Paulo, onde ela vive. Para isso, ela contou com a ajuda de mais quatro estudantes.

O ‘Quero Trampo’ é um aplicativo para celular que visa mapear as oportunidades de emprego em comércios da região de Paraisópolis e conectar empregador e candidato, potencializando o crescimento econômico na periferia.

A proposta do aplicativo, que está em fase de desenvolvimento, surgiu durante o curso intensivo de um mês de Design em Contextos Sociais, promovido pelo Insper.

O objetivo do curso era reunir jovens de diferentes localidades para criar soluções para uma comunidade específica. Na edição de que Flávia participou, a região escolhida foi Paraisópolis.

Ao todo, cinco estudantes de diferentes universidades estão envolvidos com o projeto, sendo liderados por Flávia e pelo bolsista do Insper Davi Dom Bosco Silva.

O projeto busca alcançar duas metas: melhorar a qualidade de vida da população local e aumentar a economia interna da comunidade.

Durante o planejamento do projeto, o grupo realizou uma pesquisa com os moradores de Paraisópolis para descobrir quais eram os problemas mais urgentes. Como resultado, o desemprego e o lixo lideraram o ranking.

A iniciativa de Flávia e de seu grupo rendeu a participação em uma premiação promovida pelo MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), nos Estados Unidos.

O projeto será apresentado em abril do próximo ano, durante o evento realizado pelo MIT Brazil, Todos pela Educação e pela Fundação Getulio Vargas (FGV). A meta é atrair uma maior visibilidade para projetos como o Quero Trampo, além de futuros apoiadores.

Flávia atua pela melhora na qualidade de vida em Paraisópolis, segunda maior favela de São Paulo. De uma família com 13 irmãos, Flávia já passou fome e teve que morar de favor.

Apesar deste cenário, é reconhecida por ser coordenadora do Festival da Juventude, educadora social do Coletivo Coca Cola, estudante de Marketing e organizadora da Mostra Cultural de Paraisópolis.

Em entrevista ao portal ECOA, do UOL, Flávia destacou o impacto de uma professora de português e do trabalho na Associação dos Moradores de Paraisópolis nas suas escolhas de vida.

Flávia contou com o apoio da professora em meio aos obstáculos, como ter que faltar às aulas para cuidar dos irmãos e encarar uma rotina de trabalho nos comércios da região. Foi a inscrição em um concurso de redação, do qual saiu vencedora, que a fez acreditar em si mesma.

Da turma de 57 pessoas que participaram do curso, 9 ganharam a bolsa para realizar a viagem. Passagem, vistos e acomodações são de responsabilidade do Insper em parceria com o MIT Brazil. Os estudantes devem bancar apenas a alimentação. Serão 10 dias, e para conseguir se manter durante esse período, Flávia iniciou um financiamento coletivo.

“Isso tudo está sendo muito além do que imaginei. Eu, moradora de Paraisópolis, com tanto preconceito, nunca imaginei que estaria indo para os Estados Unidos representando a minha comunidade”, declarou em entrevista ao UOL.

Fonte: https://observatorio3setor.org.br/noticias/app-criado-por-moradora-de-paraisopolis-mapeia-empregos-na-regiao/

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